[artigo] Hegemonia Cibernética, Tecnoextrativismo e Colonialidade: Considerações sobre o Tecnoceno

Artigo publicado no Dossiê que organizamos para a Revista Mediações em 2024. O processo de preparação do dossiê iniciou-se em 2022, quando foi lançado o edital de seleção de dossiês a serem publicados durante os anos subsequentes.

Hegemonia Cibernética, Tecnoextrativismo e Colonialidade: Considerações sobre o Tecnoceno

Henrique Zoqui Martins Parra ; Alana Moraes de Souza

Resumo: No presente texto apresentamos algumas considerações teóricas e conceituais que percorrem zonas de contato entre os estudos sociais da ciência e da técnica e os estudos sobre a emergência ecológica. Tais considerações interpelam a noção de Tecnoceno a partir da analítica da colonialidade e suas expressões ontoepistemológicas, permitindo-nos visualizar relações entre tecnologias extrativistas, a virada cibernética e novas formas de controle constituídas por uma certa metafísica informacional. Sugerimos alguns caminhos de reflexão que entrelaçam o ímpeto pela expansão da codificação do mundo, a ampliação de um regime de equivalências através da “governamentalidade algorítmica” com a gramática política e epistêmica da geologia colonial.

Palavras-chave: Tecnoceno; extrativismo; cibernética; colonialidade; governamentalidade algorítmica.

Como citar: PARRA, Henrique Zoqui Martins; SOUZA, Alana Moraes de. Apresentação do Dossiê – Hegemonia Cibernética, Tecnoextrativismo e Colonialidade: Considerações sobre o Tecnoceno. Mediações – Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 29, n. 2, p. 1–14, 2024. DOI: 10.5433/2176-6665.2024v29n2e51043. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/51043. Acesso em: 15 set. 2024

DOWNLOAD PDF

Foto: (c) Jamey Stillings

Sobre o Dossiê: Além de artigos inéditos, alguns disponíveis agora em português e inglês (ação cujo objetivo é internacionalizar a produção acadêmica publicada por Mediações), trazemos para apreciação do público neste volume o dossiê “Hegemonia Cibernética, Tecnoextrativismo e Colonialidade”, organizado por Henrique Parra (UNIFESP) e Alana Moraes (IBICT-UFRJ), ilustrado pela lente de Jamey Stillings com uma das paisagens terrestres produzidas pelo Tecnoceno. O dossiê tem como objetivo fomentar uma agenda de pesquisa sobre os desafios científicos e políticos no e do Antropoceno/Capitaloceno/Tecnoceno, com especial ênfase nos arranjos sociotécnicos contemporâneos. Os artigos aprofundam a fina trama entre o desenvolvimento científico, tecnológico, a economia e as dinâmicas políticas, por meio da análise de situações empíricas à luz de um arcabouço teórico que permite compreender a formação situada de fenômenos e entidades híbridas (bio-info-tecno-social) em escalas múltiplas, atualizando a interpretação de processos históricos como o colonialismo, a racialização, o extrativismo e as tecnologias de controle. O intuito é articular fenômenos locais às dinâmicas transnacionais e geo-históricas, bem como os conflitos ontoepistêmicos (“negacionismo”, “pós-verdade”, etc.) que os acompanham, a partir de um olhar atento às relações assimétricas entre saberes e poderes, a fim de nos capacitar a repensar nossas práticas científicas em direção a outras cosmotécnicas e cosmopolíticas. O resultado desta empreitada pode ser lido nas páginas que ora oferecemos ao escrutínio público. Convidamos todas, todos e todes a uma boa leitura.

v.29, n.2 (2024) – mai./ago.

https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/issue/view/1950